16/11/10
Um País Silencioso - Uma história das Linhas de Torres Vedras
03/10/10
22/09/10
El-Rei Está Triste (e a vida continua)
19/09/10
Lulu ou a Hora do Lobo
29/06/10
É de noite que faço as perguntas
No campo de acção das comemorações do centenário da primeira república portuguesa, a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR) associou-se ao Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) para realizar uma série de iniciativas em volta da Banda Desenhada e da forma singular como essa linguagem se entrecruzou com a história e o espírito desse período. Foi no âmbito dessa programação, apresentada à imprensa e ao público no passado dia 18 de Maio no Auditório dos Recreios da Amadora, que germinou o projecto da criação de um álbum de banda desenhada que versasse sobre a história da nossa Primeira República, existindo, desde a concepção da ideia, a intenção de que o livro fosse um projecto arrojado, tanto pela sua narrativa como pela arte.
O álbum, escrito pelo David Soares e desenhado por Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Richard Câmara, e eu mesmo intitula-se É de Noite que Faço as Perguntas e consiste numa narrativa ficcional que seguirá com rigor a história e cronologia republicanas, tendo início em 1891, na sequência do Ultimato Inglês, e terminando com o desfecho do Golpe Militar de 28 de Maio de 1926. Contudo, mais do que tratar-se de uma peça de reconstituição histórica, é uma verdadeira reflexão (alegórica) sobre os valores da liberdade, da cultura e de uma cidadania interventiva. É de Noite que Faço as Perguntas será editado pela Gradiva e pela CNCCR.
Sobre este assunto, mais novidades a anunciar em breve.
16/06/10
Espaço Campanhã - A desordem da desrazão
A exposição no Espaço Campanhã apresenta uma série de desenhos que fiz para o livro Amanhã arrebatarei uma besta (escrito e desenhado por mim, ainda por publicar). Neste contexto, com base na leitura do livro, o Pedro Vieira Moura teve a gentileza de escrever um texto bastante esclarecedor e sucinto para acompanhar a circunstância. Aqui segue:
A desordem da desrazão
“Mas o mundo não está lá para ser explicado.
Quando o tentaram fazer, o mundo perdeu,
e os homens perderam-se nas explicações.”
Daniel Silvestre da Silva, Amanhã arrebatarei uma besta
Tu que aqui entras, não abandones a esperança.
Amanhã arrebatarei uma besta é uma novela policial à Poe ou Bustos Domecq: não é tanto o crime que interessa, ou o criminoso, por vezes esquecidos, mas o próprio processo de projecção e reconstrução do facto. Não abandones a esperança de resolver o crime, pois lá chegarás. Mas não esperes que o resolva por ti.
O livro que vês nestas paredes tem quatro capítulos, correspondendo a quatro estádios: a vigília, o adormecer, o sonho e o despertar. Tal como algumas das imagens de Daniel Silvestre da Silva parecem prometer uma construção para mais tarde (uma escultura, uma instalação, uma performance; mas não serão elas já existentes no papel?), procura tu encontrar quatro formas de caminhar pautadas pelo ritmo dos capítulos.
1. Pela manhã: um copo de leite e um abacate (vigília): com o establishing shot para dentro do túnel, acelera o passo, descobre o crime, pensa nas soluções, age rapidamente; ainda estás indeciso, não percebes o que pensar, não há quaisquer decisões.
2. À noite não como nada (adormecer): na turbulência mole do hipnagógico, caminha passo a passo, sem que te apercebas que as imagens que vês e as que imaginas e começam a misturar; surgem-te hipóteses ridículas de um trajecto, mas que fazem agora todo o sentido (descansa, mais tarde perceberás a figura triste que fizeste); estão aqui as pistas para começar a pensar fora do livro.
3. Enquanto durmo dou um festim (sonho): por mais rápido que queiras voltar a andar, há uma força densa, como líquido em teu torno; agora surgem imagens de que já nem te lembravas; chegaste a um local mas não já sabes como; ficas incomodado, parece que falam de ti.
4. Quando desperto estou saciado: tens a sensação de ter regressado a um lugar, mas é a primeira vez que aqui estás; agora és tu que escolhes a velocidade: “depressagarinho” parece-te bem; tens a certeza que foste enganado, mas sabes não ter argumentos para acusar ninguém nem de ser ressarcido da despesa; mas ninguém te pede que agora esvazies os bolsos com o que roubaste; parte da carcaça da besta leva-la tu.
Amanhã arrebatarei uma besta é um objecto de texto ilustrado não (totalmente) identificável: tem tanto de livro de artista como de livro infantil, sem infantilizar a primeira nem tornar hermético o segundo; tem tanto de gesto espontâneo de expressão livre como de planificada estratégia pejada de referências cartografáveis; tem tanto de brve caderno de esboços de coisas a vir como e diário de bordo de coisas vividas. E é precisamente essa tensão, sublinhada pela própria natureza intervalar destes livros (entre texto e imagem, entre cada uma das páginas da sequência, entre cada capítulo, entre cada fio de uma trama que nunca coalesce numa só lógica), que atravessa toda a macro-narrativa do livro, que se despeja de forma especial para a exposição, o seu campo expandido.
Tal como no livro o sonho para que adormecemos não nos faz despertar de regresso ao mesmo sítio, também não sairás daqui pela mesma porta, ainda que aparentemente sim. Há várias direcções a concorrer aqui. Há vários crimes a serem perpretados ao mesmo tempo. Não percas a esperança de cometeres uns quantos também. Se te perderes neles, ganhaste.
11/06/10
Espaço Campanhã
Inauguraçã
Tabacaria
GALERIA DE PAPEL
AMANHÃ ARREBATAREI UMA BESTA
DANIEL SILVESTRE DA SILVA
A narrativa prende-se com a explicação de uma morte improvável. Por outro lado, a estratégia para contar o sucedido emerge da necessidade de jamais dar a conhecer o que se passou. Assim, os artifícios da articulação entre a palavra e a imagem jogam a favor de universos periféricos ao essencial da história, como a recolha de evidências para desvendar o sucedido.
Torna-se então urgente para o observador/leitor conseguir determinar regras para abraçar a interpretação.
Este livro foi forjado para ser sustentado por uma arquitectura que valoriza sobretudo a fruição do espaço, mas também a liberdade de manobra dos seus habitantes. A metáfora da obra como uma construção sugere imediatamente uma sua extensão: se quisermos forçar os fruidores a terem certas experiências que lhes reservámos, incorremos no risco de os condenar a um espaço claustrofóbico; se, por outro lado, abrirmos em demasia o seu espaço de manobra, a construção cede e a obra cai. É necessária uma constante negociação entre aquilo que se mostra e o que não se vê.
http://filhodumboi.no.sapo.pt
http://
ARMAZÉM DE VÍDEO
vdo: return (aka bl4nk) snd: pedro tudela, on paper
(c) the artists (p) cronica
JOÃO CRUZ
O acto de viajar pode ser lido como um rasgar da paisagem. Este trabalho consiste na manipulação directa de um par de samples de vídeo sobre uma faixa sonora de Pedro Tudela. A peça sonora, intitulada rasgão, cristaliza de forma extrema e intensa uma série de acções sobre vários tipos de papel.A manipulação directa do vídeo sobre o áudio procura recuperar o carácter performativo da peça sonora.A faixa audiovisual resultante é posteriormente multiplicada no écran de forma a sublinhar visualmente as flutuações sonoras ao longo do tempo.
vdo:return (aka bl4nk) snd: pedro tudela, on paper
(c) the artists (p) cronica
cronicaelectronica.org
cruz.at
n.Vila Real 1969
Nos últimos 12 anos tem leccionado design de comunicação, cultura digital e disciplinas relacionadas com questões audiovisuais na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.É licenciado em design de comunicação e Mestre em Arte Multimédia pela FBAUP.É editor e membro fundador da Crónica, uma media label sediada no Porto e da Colönia, um estúdio/loja de crácter multidisciplinar.
[ http://cruz.at ] — [ cruz (at) cruz (dot) at ]
Informações
Horário. Terça a Sábado das 14h00 ás 20h00
Entrada. Livre
Morada. Rua Pinto Bessa 170 r/c tras, 122 Armaz 4/5 (atrás do BANIF)
Programação. Ângelo Pinto /Helena Menino / Miguel Pinho
Contactos.
Telef. 220938372
Helena Menino 969232634 /913370256
Miguel Pinho 912897580
linha1@plataformacampanha.com
plataformacampanha@gmail.com
www.plataformacampanha.com
04/05/10
REVISTA INÚTIL #2
Mais uma vez, uma colaboração com a revista INÚTIL, desta feita o 2º número. Demorei algum tempo a afixar o resultado porque desta vez a coisa não funciona independentemente. Trabalhei sobre dois poemas da Catarina Nunes de Almeida, e decidi esperar até que a Maria, a Ana e o João tivessem ocasião de me enviar a dupla página montada (obrigado!!).
No blog da revista encontrarão alguns dos pontos de venda. Vale a pena!
27/04/10
25/04/10
1985
Como dito no post anterior, ultimamente não tenho tido oportunidade de aqui afixar os trabalhos que vou fazendo, por ser trabalho editorial e não o poder mostrar antes de sair do prelo.
Os ultra-atentos a este blog (que não deverão ser muito mais para além de mim próprio) poderão ter reparado que retirei o link para o meu primeiro site, por se encontrar já obsoleto. Todavia, encontravam-se aí bastantes imagens que não queria deixar inacessíveis, algumas por ainda gostar delas, e outras porque dão corpo a uma linha comemorativa privada. Por esta razão e pela anterior, para não deixar este blog morrer de soluços (morte horrível), passarei a afixar algumas dessas imagens, que aqui não coloquei por se encontrarem no primeiro site.
1985: deve ter sido por esta altura que comecei a imprimir maior seriedade a esta coisa dos desenhos.
08/04/10
Stand By
Devido à carga de trabalho tem-me sido impossível continuar o ritmo dos posts. O que tenho feito exige sigilo e só dentro de algum tempo poderei apresentar algumas imagens desta fase, aquando da publicação. Deixo apenas um exercício de representação à vista, que fui fazendo nas diversas esperas junto ao gabinete de desenho da Fbaup.